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PLACA NA ESTRADA DE CONCEIÇÃO DA BOA VISTA NAS PROXIMIDADES DO COLINA CLUBE

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sexta-feira, 7 de setembro de 2007

JUVENTINO ESTAVA APAIXONADO

Casarão dos Melidos
Juventino estava apaixonado. Já havia tempo que arrastava asas pra cima da Aparecidinha. Era um filezinho que trabalhava na casarão dos Melidos. Quando chegava o carnaval transformava-se na Porta Bandeira da Flor da Mocidade. Já não sabia mais o que fazer para conquistar seu coração. Carecia arranjar um cobertor de orelha e sossegar o facho. A vida de solteiro já estava cansativa. O problema era como conquistar o coração da mulher por quem vivia suspirando. Já tinha feito várias tentativas sem conseguir o tão esperado sim. Fez até promessa pro santo casamenteiro. Prometeu a Santo Antonio que subiria de joelhos a escadaria da Ladeira dos Guimarães se a Aparecidinha namorasse com ele..
Depois de um dia cansativo de trabalho pesado chegou em casa e sentou-se no degrau da varanda. O mundo estava cinzento, sem sentido. Seus pensamentos foram interrompidos pelo Sr. Hilário, de Conceição da Boa Vista, oferecendo umas bananas ouro que tinha colhido no seu pequeno pomar. “Fica chateado não Hilário, é que eu tou com o coração despedaçado de paixão pela Aparecidinha. Já fiz de tudo pra conquistar o amor dela e até agora nada”. “Juventino, vancê devia escrever uns véusos pra ela. Muié gosta dessas coisas”. Os olhos do pobre Juventino brilharam. Será que Santo Antonio já estava mexendo com os pauzinhos? Agradeceu o conselho, despediu-se do amigo e começou a escrever uns versinhos de amor. Depois de várias tentativas tinha mais papel amassado no chão do que palavras escritas no papel. Não levava jeito pra poesia. A saída era pedir ao Sr. Dorigo pra escrever uns versos que amolecessem o coração da Aparecidinha. Desceu o morro da Igreja e quando passou em frente do casarão dos Melidos seu coração quase saiu do peito. Lá estava ela toda formosa limpando o vidro da janela. Era uma delicadeza só. Uma flor de formosura. Fez de conta que não viu, aumentou os passos em direção da casa do Sr. Dorigo onde foi recebido pelo Pedro. “Como vai Seu Juventino? Quer falar com o papai? “ Em questão de minutos já estava passando os detalhes para o Sr. Dorigo. “Juventino, você fez alguma promessa para Santo Antonio?” Se fez ele já está agindo. Veja a coincidência. Estou relendo umas trovas que o Pedro Wilson escreveu na Mar de Morros em agosto de 2005. Tem uma aqui que vai deixar a sua flor de formosura tonta de amor. Espere um pouquinho que vou passá-la para o papel.. Mas antes você te que comprar um presente na Casa Carcacena e colocar a trova dentro. Pede a Niva uma sugestão e ao Dedé para mandar entregar o presente, pois assim fica mais romântico. Coloca a sua roupa de ver Deus e não exagera no perfume. Quem sabe o cupido vai flexar o coração da sua amada.
Juventino era só alegria. Chegou em casa e tomou um banho daqueles demorados com o sabonete Vale quanto pesa comprado na farmácia do Sr. Joaquim. Tinha que ficar cheiroso e causar boa impressão. Desceu o morro e foi fazer a barba com o Zé Barbeiro. Agora era só esperar a entrega do presente. Sentou-se no banco da Praça Américo Simão aguardando o tão esperado momento.
Quando Aparecidinha abriu o presente lá estava a trova de autoria do Pedro Wilson escrita num papel perfumado com o pedido de namoro.:
“Se alguém morre de saudade/Por amor que está distante/Afastado do meu bem/Eu morro a todo instante”. Aceita namorar comigo? Juventino.
O coração da Aparecidinha era todo amor. Chegou à janela e deu um sorriso para o seu pretendente. Os olhares se cruzaram e no outro dia bem cedo lá estava Juventino subindo de joelhos a escadaria da Ladeira Guimarães.

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